Tempestades em taças de vinho

Tenho alguns minutos para falar

E quando estou a te observar

Estou no fogo que não mais ardia

Tendo um leve instante de pareidolia

A correnteza levou alguns sonhos ruins

E eu não tenho dormido nos últimos dias

O sono e a insônia estão em guerra

E eu sou intermediário nesse motim

Com certeza eu enervo, no topo

Com clareza eu topo bebendo no copo

E sem destreza eu rezo e não solto

Os erros que vivem a me assombrar, eu salto

São aquelas filosofias de boteco

De sóbrios falando mentiras

E de bêbados falando verdades

Desses instantes estranhos a vagar

O silêncio quer me falar algo

O barulho quer apenas desconcentrar

A concentração é algo a se cuidar

E a distração é a promoção a esnobar

O relógio parou e o tempo seguiu

Acabaram as pilhas dentro do covil

Foi paralisado, e com isso sumiu

Sem nenhum remorso foi hábil

Quanto conhecimento sem saber explanar?

Quantos copos d’agua precisam pra limpar?

E qual realidade quer ficar pra criar?

Um momento em que possa apenas coroar

Recesolo
Enviado por Recesolo em 25/10/2017
Código do texto: T6152937
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