Descaminhos
Esta lágrima que não cai
esta dor que é de dar dó,
neste peito que caberia oceanos...
Sendo um só!
Esta solidão de vários mundos
mostrando seus dedos afiados,
de olhos vorazes, profundos.
vem em passos do ontem
que ouço nos quatro cantos de seus quartos.
Fazer-te companhia,
é um sofrer latente!
É como viver no deserto,
de um frio gélido,
um sol inclemente
tendo um oásis tão perto!
Não fosse tua areia
cegando esta boca de olhar dormente,
negaria tua presença,
viveria tua ausência eternamente.
Este tempo de dedo em riste,
silenciando uma alma em desencanto
quisera saber se, alegre ou triste.
Tendo em tuas mãos um coração rendido,
feito de mel e pranto!
Até onde um homem
vai com tamanho fardo?
Este ser inconformado,
procurando o que não pode ser encontrado?
Torturando o chão onde pisa,
tropeçando no que está do lado!
Se a estrada não entrega o teu destino,
saberá você, ver-se faltando,
vendo que tudo está no outro?
Talvez voltar do início,
quando eras abrigo.
Podes fazer as pazes consigo
percorrendo o teu dentro,
voltando a ser o menino
que um dia brincou pela vida comigo!
Na borda da vida,
ainda existe uma parte
que o abandono não bafejou.
São os dias de sol que te aprontei,
as horas que, distraído, não notou...
Conquistei tua ventania
e redemoinho, virei!