Descaminhos

Esta lágrima que não cai

esta dor que é de dar dó,

neste peito que caberia oceanos...

Sendo um só!

Esta solidão de vários mundos

mostrando seus dedos afiados,

de olhos vorazes, profundos.

vem em passos do ontem

que ouço nos quatro cantos de seus quartos.

Fazer-te companhia,

é um sofrer latente!

É como viver no deserto,

de um frio gélido,

um sol inclemente

tendo um oásis tão perto!

Não fosse tua areia

cegando esta boca de olhar dormente,

negaria tua presença,

viveria tua ausência eternamente.

Este tempo de dedo em riste,

silenciando uma alma em desencanto

quisera saber se, alegre ou triste.

Tendo em tuas mãos um coração rendido,

feito de mel e pranto!

Até onde um homem

vai com tamanho fardo?

Este ser inconformado,

procurando o que não pode ser encontrado?

Torturando o chão onde pisa,

tropeçando no que está do lado!

Se a estrada não entrega o teu destino,

saberá você, ver-se faltando,

vendo que tudo está no outro?

Talvez voltar do início,

quando eras abrigo.

Podes fazer as pazes consigo

percorrendo o teu dentro,

voltando a ser o menino

que um dia brincou pela vida comigo!

Na borda da vida,

ainda existe uma parte

que o abandono não bafejou.

São os dias de sol que te aprontei,

as horas que, distraído, não notou...

Conquistei tua ventania

e redemoinho, virei!

naluz
Enviado por naluz em 09/01/2018
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