Já não sei

Já não sei se trago no peito

um rio transbordante de emoções

ou um pássaro de asas cortadas...

Não sei se o tempo está cansado,

nem se as águas calaram as brisas

ou se as flores perderam o viço da cor...

Sinto no peito uma acalmia exasperante

margem de um silêncio que me cala,

enquanto o murmurar de palavras vadias

se atropelam no meu pensamento

e vagueiam perdidas pelos anseios

do meu chão de ilusões!

Ouço a chuva que copiosamente cai

inundando as fragas do meu tempo,

escorre pela vala da minha estrofe

displicente e impiedosa,

mergulha no meu mar inventado!

Continuo a sentir o silêncio no peito

talvez o mundo também tenha silenciado,

a chuva deixou de cair,

a fraga e a vala secaram,

as estrofes proliferaram,

somente o mar, o mar da minha imaginação

se revoltou em ondas de devaneio

indo beijar languidamente

as areias da praia

onde nasceu este meu poema

Iacoe Michaela
Enviado por Iacoe Michaela em 09/04/2018
Reeditado em 14/02/2019
Código do texto: T6304141
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