O Lobo e a Lua

Está frio no deserto

É noite de lua cheia

O lobo está desperto

Depois de sua ceia.

A alcateia está distante

Ele está sozinho

Dando passos errantes

Num ermo sombrio

O lobo se sente muito só,

Deita-se e lá mesmo descansa,

Do dia todo debaixo do sol.

No alto vê a lua, e se encanta.

A lua rasgando o manto

Escuro da noite e abre-se

Mostrando seu lindo luar.

A lua brilhando tanto,

Ele consegue força, sabe-se

Lá de onde, para levantar.

E quebrando o silêncio do lugar

O lobo forte começa a uivar

No mais alto de sua voz, a soar

Seu uivo para a lua escutar.

Ele espera uma resposta da lua,

Não ouve resposta em seus ouvidos.

Estaticamente calada, continua.

Insistiu até, no céu, o sol ter surgido.

Na noite seguinte, ele espera

Novamente encontrá-la.

Pensando que daqui, da terra,

Talvez possa alcançá-la.

Por isso uiva sem cessar,

Uma resposta espera ouvir.

O próprio eco de seu uivar

Não o faz querer desistir

De ver novamente a lua

Prateando a noite, intensamente,

Irradiando a beleza sua.

Uivando continuou eternamente.

Cadu Oliveira
Enviado por Cadu Oliveira em 27/11/2018
Código do texto: T6513403
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.