A NOITE DESESPERA O ÍNVIDO
Porque as estrelas não alumbram minha face
Perto da sua. Não nos unem num contato.
Porque as faces que se juntam não são nossas,
E não são minhas as caretas no retrato.
É que o sereno não aceita o argumento
De que éramos nós dois deitados no soalho.
Lendo as constelações e, sob o firmamento,
As lágrimas das folhas tristes nos orvalhos.
A noite desespera o ínvido carente
E não desmente a realidade dessa hora:
Penumbra e paranóia regem-me o presente,
E a idéia da tua ledice me apavora.