A NOITE DESESPERA O ÍNVIDO

Porque as estrelas não alumbram minha face

Perto da sua. Não nos unem num contato.

Porque as faces que se juntam não são nossas,

E não são minhas as caretas no retrato.

É que o sereno não aceita o argumento

De que éramos nós dois deitados no soalho.

Lendo as constelações e, sob o firmamento,

As lágrimas das folhas tristes nos orvalhos.

A noite desespera o ínvido carente

E não desmente a realidade dessa hora:

Penumbra e paranóia regem-me o presente,

E a idéia da tua ledice me apavora.

Cassio Calazans
Enviado por Cassio Calazans em 26/01/2019
Código do texto: T6559638
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