Sem título
Eu queria escrever um poema doce
Deixar a minha raiva bem distante
Pensar na vida. Mas o bom é pouco
Eu queria beber água com açúcar
Eu queria acreditar que isso é mel
Na carnificina matinal de todo dia
Eu queria deixar o teu amor de lado
Só por um instante, para amar o mundo
Até descobri que esse mundo era você
Que eu deixasse de ser cruel nas palavras
Que eu caísse de dor de uma vez
Que as pétalas fossem mais que pedaços de flor
Unidade, unidade; que piada!
Comuna, comuna; eu já fui chamado assim!
Que cheiro horrível, que podridão secular
É difícil aguentar a hipocrisia fazendo-a acontecer
Azar o seu que não tem dúvidas!
Que maldito seja esse dia!
Que o sol nasça e nos dê as costas!