Incógnita
Foge, pensamento tenebroso!
Arreda-te de minha ideia!
Estou farta da solidão que me consome
Não vês?
Quem pensa que és?
Tu não és o que pensas!
Chegar e fazer voar
Todos os amores e desejos
Consumir o gosto de todos os beijos
Afasta-te de mim!
Deixe-me só
A solidão não me consome
O que me consome é você em meu ser
Afasta-te de mim!
Deixe-me com a solidão que pensas que me possui,
Mas não possui!
O que me possui?
São os pensamentos miscigenados
Aos sonhos risonhos da magia
Que meus desejos criam
Para habitar meus dias sombrios e vazios,
Pois a noite insiste em permanecer.
Oh, sombras! Que me perseguem
Impedindo-me desvendar esse enigma
Apartar-te as de minha alma!
Assim verei a luz
De meus felizes dias
Que foram entregues a ti,
Oh, pensamento tenebroso!
Não me assusto com teu rugido
Meu brado é forte
Brado o amor e a paixão que coabitam
O jardim florido e perfumado que trago em mim.
Tu és a consciência inconsequente
Desse tempo delinquente em que vivo
Não se atenhas a mim
Sou faísca de luz
Nesse universo que me conduz
Onde posso afirmar
Sempre serei eu
Eu e meus pensamentos
Todo tormento tem fim.