Amargo sabor

Cala-te...é melhor que não digas mais nada!

O som de tua voz ao mesmo tempo que me excita me sucumbe em agonia...

Deixe que morra esse que em todos os momentos dá a vida...

Que torna o vermelho mais vermelho e o pulsar em melodia.

Cala-te por Deus ...não digas mais nada!

Saia e feche as portas...tranque as janelas...tape as frestas!

Não te tentes à volta...o perigo ali está. Faz morada.

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E o SILÊNCIO, na madrugada, a envolve como braços sedentos.

O SILÊNCIO...Mergulha profundo o abismo da alma solitária... e a toma,

Por inteiro, sem compaixão... e a aperta mais, mais e mais.

Em seu rosto, o gosto salgado das gotas formando fino fio que percorre

Todo o percurso até a garganta

sufocada.

E antes que sua voz se faça calada, um som tímido de esperança

cortada,

Ela ainda fala

É o fim.

(Eliete Madureira)