Solidão bem vinda
A face ainda marcada
pela última lágrima
tem nos olhos perdidos
um desejo incontido
a espera que não cessa
a dor que me é bem vinda.
Solidão bendita
Ainda guardo nos lábios
o sabor do teu sexo
sinto na alma
o calor do teu líquido vital
tua boca me trás o doce
preciso dele, me acalma.
Benditos são os versos que faço.
Saem de mim
estão repletos de você
me inebriam, me entorpecem
me trazem teu cheiro
me fazem sentir teu corpo
teu peso me aquece
desenho no ar teu contorno
te trago mais perto.
A solidão agora é bem vinda
Meu corpo ainda espera
meu ventre ainda te sente
aninhou-se nos meus seios
cravou neles suas marcas
matou sua sede,
acomodou-se e adormeceu
vigiei e guardei o teu sono
Ao teu o meu se rendeu
Te amei uma única vez
Ainda te espero
na doce companhia da solidão
que me traz você.