Cores da solidão

Cores da solidão

Atro silêncio no entardecer

Escuro e refulngente sobre as praias, sem lerão!

Onde atino a visão a sanha ultriz

Que acorre do vislumbre a cor que diz...

O quão rubro bate assim meu coração.

Exulta no horizonte que retarda

E a solidão ensina a observância

Vapor de cobre lâmpada de opala

Sépia e topázio fogo da vacância.

Aurífero transporta a solidão

Na velocidade em quê quêdam os mirtilos.

Rubra amora a cor que se esquece

Âmbar um sol no mar dos crocodilos.

Flor da fênix, incêndio que persigo!

E o lótus cor de prata a sonhar.

Espúmeo sumarento o grande mar

da tarde a fímbria escura do perigo.

Crepúsculo que ourela escarlate

Das sombras desses ermos os ruídos.

De insetos a subir do fim das tardes

Em mantra a volver meditativos.

Há, renovados aromas dos varjados...

Lânguida e morna amolenta uma canção!

No parolar dos ventos nos varados

Que se aglutinam na cor da solidão.

Francisco Cavalcante

Francisco Cavalcante
Enviado por Francisco Cavalcante em 17/01/2021
Reeditado em 17/01/2021
Código do texto: T7162086
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