Quando o vinho acaba

O toque é adormecido pelo frio...

No paladar resta apenas uma lembrança agridoce.

O silêncio das horas é ensurdecedor.

De longe, o tempo assiste a tudo.

A vida passa por entre a garrafa e a taça...

Por entre a taça e os dedos...

Deixando apenas um rastro molhado nas mãos e nos olhos.

Quando o vinho acaba, um grito ecoa no vazio.

Os sonhos se fecham forçados a adormecer.

E todas as palavras negadas, sobem pela taça inerte nas mãos e terminam sufocadas nas garganta...

Mas no vazio, um grito ainda ecoa.

E um olhar vaga atordoado...

Perdido entre o expirar de cada respiração.

Como se cada pulsar fosse seu próprio destino...

Mas não é.

Silvia Coutinho
Enviado por Silvia Coutinho em 23/01/2021
Código do texto: T7166733
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