Quando o vinho acaba
O toque é adormecido pelo frio...
No paladar resta apenas uma lembrança agridoce.
O silêncio das horas é ensurdecedor.
De longe, o tempo assiste a tudo.
A vida passa por entre a garrafa e a taça...
Por entre a taça e os dedos...
Deixando apenas um rastro molhado nas mãos e nos olhos.
Quando o vinho acaba, um grito ecoa no vazio.
Os sonhos se fecham forçados a adormecer.
E todas as palavras negadas, sobem pela taça inerte nas mãos e terminam sufocadas nas garganta...
Mas no vazio, um grito ainda ecoa.
E um olhar vaga atordoado...
Perdido entre o expirar de cada respiração.
Como se cada pulsar fosse seu próprio destino...
Mas não é.