Alma à Esmo

Vagante, me encontro, sem rumo

Sem terra, oceano, ou cėu estrelado

Que me valha de caminho e direção

À esmo, errante, tenho navegado

Meus pés desconhecem o chão

Há muito desisti do prumo.

Laços desfiz, afetos não tenho

Perigos vivi, vários, sem conta

Muito chorei, mais ainda fiz chorar

Riquezas amealhei de valiosa monta

Conheci bem a sorte, muito mais o azar

Da morte contemplei terrível cenho

Venci batalhas, perdi guerras

Sofri muitas dores, causei outras tantas

Descí ao mais baixo, subi ao mais alto

Palavras falei, profanas e santas

Do céu e do inferno fiz-me arauto

Fui escravo e senhor em remotas terras

Por tudo isso e muito mais

Digo com toda a certeza

Que com o tempo advém

Não sou da plebe nem da nobreza

Rico ou pobre, não sou também

Erro, vida afora, sem pares ou iguais.

Glauco Luiz Guimarães
Enviado por Glauco Luiz Guimarães em 12/06/2021
Código do texto: T7277196
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