Abandonado

Como podes me abandonar no meio da noite/Sozinho sem ao menos dizer adeus/Tão repentinamente e surpreendente/Como uma estrela cadente; Se a tua luminosidade me atraiu/Uma cratera no meu coração também abriu/Tocou bem lá no fundo da alma/Escancarou-lhe as portas e simplesmente sumiu; Como podes invadir-me desse jeito/Por que razão e com que direito/ Me tomas o fôlego e comprime o meu peito; Se mal me queres, desconheço o motivo/Quem sabe de outras vidas algo não resolvido/Adormecido, mas não esquecido/ Agora de volta e muito mais vivo; Tão intenso e curioso sem qualquer explicação/razão e emoção em um embate constante/Sobram palavras a todo instante/O tempo parece não ter fim; Como podes me marcar tão forte/ Como tinta carmim/Tirar-me o prumo e o meu norte/Sozinho e largado à própria sorte; Diga de mim o que tu queres/ Se nada além de momentos de prazer/Sem pouca ou nenhuma importância para você/Deixe-me com as lembranças de um amor não vivido/ Que jamais será esquecido!