O Melro-Preto

De gaiola em gaiola

Eu nunca pude no céu voar

Os meus donos não me deixam

Vivem a me podar

Minhas asas mal se movem

Perigo às vezes de me afogar

Quando tomo banho sozinho

E elas não conseguem balançar

Pelas frestas eu vejo o céu

O brilho do Sol vem me esquentar

Mas a friagem que eu sinto aqui dentro

Nenhum raio consegue penetrar

Eu desejo que um dia a gaiola se quebre

Que o vento me leve

Mesmo que seja para minha morte encontrar

Rosa de Almeida
Enviado por Rosa de Almeida em 12/10/2021
Código do texto: T7362200
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