Passageiro ao Tempo

Às vezes eu espero o relógio soar,

Como se estivesse aguardando mudanças

Às vezes só quero alguém para me abraçar,

Torcendo que assim, eu me levante desta cama.

Às vezes eu acompanho os carros passarem,

Me perguntando se algum deles irá voltar

Às vezes fecho os olhos quando estou chorando,

Como se, ao não enxergar, proibisse aquela lágrima de rolar.

Às vezes eu escuto o bater de meus pulsos,

Esperando uma nota tocar mais alto

Às vezes eu mergulho os meus olhos em águas frias,

Para acalmar a vista, em noites mal dormidas.

Quem sabe o que posso fazer a seguir?

Talvez eu viaje pelas madrugadas, sem destino

Ou talvez eu me ache, perdido neste labirinto

Ainda não sei, tudo está tão incerto

Talvez eu me afaste, fuja para longe, em busca do arco-íris

E acabe encontrando um lugar quieto,

Para refletir, e acalmar os pensamentos e tormentos.