No beco da solidão (ou da solitude)

Em um beco escuro eu não vejo a saída. Se há uma saída, eu não sou capaz de enxergar.

Dizem que eu posso sair, mas eu não sei como, e, às vezes, até me canso de tentar.

No beco da solidão, parece que é o meu lugar. Lá é escuro, mas me sinto em casa. A minha casa, que eu nem chamo de lar, não tem cheiros, não tem cores, mas eu até gosto de lá estar.

Eu não sei se é solidão ou se é solitude. Me sinto até feliz às vezes só, pois ninguém me crítica lá. Preso nos meus pensamentos, que eu me nego a soltar, eu vivo a minha vida, em um beco que só cabe um. Mas que eu gosto de estar.

Não é beco de tristeza, não é beco de depressão, é apenas um beco escuro, que só eu entendo o que é.