POEMÁRTIR

Perdão

pela irreverência dos meus versos

silêncio do meu protesto

pelo sorriso encardido

escondido

atrás do rosto impassivo

imposto pela cruz do meu viver

pela sombra à sombra que sou na noite escura

pelo viva que dou de cara dura

eu sou mártir

minha musa é coisa impura

recuso a flor que nasce ao arbusto

no infértil chão

meu coração

Clamar com a fronte erguida,

eis o meu soluço.

Mas se à mão que se ergue existe o pulso,

eu prefiro seguir o meu impulso

pela dor que me imponho em solidão.

Gualberto
Enviado por Gualberto em 30/11/2007
Reeditado em 01/12/2007
Código do texto: T759865
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