POEMÁRTIR
Perdão
pela irreverência dos meus versos
silêncio do meu protesto
pelo sorriso encardido
escondido
atrás do rosto impassivo
imposto pela cruz do meu viver
pela sombra à sombra que sou na noite escura
pelo viva que dou de cara dura
eu sou mártir
minha musa é coisa impura
recuso a flor que nasce ao arbusto
no infértil chão
meu coração
Clamar com a fronte erguida,
eis o meu soluço.
Mas se à mão que se ergue existe o pulso,
eu prefiro seguir o meu impulso
pela dor que me imponho em solidão.