Teias Na Memória
O tempo tece teias em minha memória.
Retiro-as no contorno duma caricia
Ao pedir amor, às portas da desilusão.
O alvorecer viceja a luz vazia
De espectros e poeiras.
Durmo no berço da palavra
Enquanto a solidão do texto, em mim chora.
Sombras breves brincam
Nos mausoléus da memória.
Sofro em silêncio as estações perdidas...
Prostituo mágoas e músicas;
Mariposas... procurando a fria luz do dia.
A memória não devolve suas vítimas,
Condena-os a serem fantasmas
Na prisão dum sorriso, ou na liberdade da lágrima;
E no penumbrismo dos loucos
Joga, a Consciência do Poeta!