Teias Na Memória

O tempo tece teias em minha memória.

Retiro-as no contorno duma caricia

Ao pedir amor, às portas da desilusão.

O alvorecer viceja a luz vazia

De espectros e poeiras.

Durmo no berço da palavra

Enquanto a solidão do texto, em mim chora.

Sombras breves brincam

Nos mausoléus da memória.

Sofro em silêncio as estações perdidas...

Prostituo mágoas e músicas;

Mariposas... procurando a fria luz do dia.

A memória não devolve suas vítimas,

Condena-os a serem fantasmas

Na prisão dum sorriso, ou na liberdade da lágrima;

E no penumbrismo dos loucos

Joga, a Consciência do Poeta!

Luis Felipe Saratt
Enviado por Luis Felipe Saratt em 04/12/2007
Reeditado em 04/10/2008
Código do texto: T765011