Lembrança

Então você veio

trazendo um sopro

um alívio em minha solidão

eu de tão carente

tão imprudente

tão ganancioso

quis te ter em minhas mãos

Não pude me contentar

em vê-la livre

quis prender-te numa uma gaiola

quis trancar-te em meu coração

quis a tê-la só para mim

Não sabia que a sua maior riqueza

era ser livre

era voar-te feito pássaro

E assim com a água

que se esvai por entre os dedos

como o sonho

que se vai quando se acorda

lhe perdi

Guardo hoje a dor daquele instante

que só existe ainda em mim

não posso tocá-la

não posso tê-la

A não ser dentro de mim

Poema dedicado a memória de Vitória Soares

Denis Glauber da Silva Reis
Enviado por Denis Glauber da Silva Reis em 16/01/2023
Reeditado em 29/12/2023
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