Sextina Sentimental

Aspiro à inspiração e então suspiro

No mais recôndito e íntimo silêncio...

Feito um monge em longínquo santuário

Sozinho estou com minha solitude...

Perante a dor, tristeza e sofrimento

Não me mostro jamais sentimental...

E eu nunca fora alguém sentimental

Nem por ninguém respiro ou lhe suspiro

Tampouco compartilho o sofrimento...

Permaneço impassível e em silêncio

Em companhia à minha solitude

Reflito sobre mim no santuário...

Não há reflexos neste santuário

De um homem que já foi sentimental...

Encontro-me em completa solitude

Diante da paisagem que suspiro...

Medito a aura e através do áureo silêncio

Respiro a paz e expiro o sofrimento...

Neste ricto eu transpiro o sofrimento

E expulso todo o mal no santuário

De espíritos que habitam no silêncio...

A alta obliteração sentimental

Que o iluminado mantra o qual suspiro

Permite-me a estar pleno em solitude...

Elimino através da solitude

A origem vil de todo o sofrimento...

Invoco a excomunhão quando eu suspiro

D’alma o espiritual do santuário...

Neutro elemento não sentimental

Retorna novamente no silêncio...

Não há phantasmas d’outrem no silêncio

Nem nada além de mim na solitude

Pois ninguém nunca foi sentimental...

O outro e o próximo são-me o sofrimento

Que não mais estarão no santuário

Nem mesmo no meu último suspiro...

N’atmosfera o suspiro de silêncio...

Cinzas num santuário em solitude...

Um sofrimento em pós sentimental...

(Bhrunovsky Lendarious)

Poeta Lendário
Enviado por Poeta Lendário em 22/02/2023
Reeditado em 14/04/2023
Código do texto: T7725400
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.