UM GRITO

Partir para longe

onde o sol se esconde.

Não volver os olhos,

não me lamentar.

Soltar somente um grito,

selvagem,

um nome.

Pra ninguém me ver,

nem me escutar.

Gritar do ventre de um onda triste,

que se desdobra

e logo vai morrendo,

derrotando rochas,

sufocando musgos,

em prantos de ventos

que passam gemendo.

Gritar que sou frágil duende

que se perdeu

na volta ao seu plano

e que não sabendo

mais como ser gente

se atrofiou

dentro de um ser humano.

Clara Leticia(LC)
Enviado por Clara Leticia(LC) em 19/12/2007
Reeditado em 06/04/2008
Código do texto: T784590
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