A hiena carcereira

Se livrou de todos os ratos

Para que as cobras morressem de fome

O sangue das ovelhas escorre de suas garras

Enquanto os lobos apenas salivam com as costelas à mostra

Assassinou os lêmingues

E as corujas já não podem nem mesmo levantar suas asas

Até a floresta a hiena incendiou

Assim nem mesmo os herbívoros se safariam de seu propósito egocêntrico

Tudo isso para erguer sua própria necrópole

Transformou o cenário de sua vida em destruição

E hoje não existe mais ser vivo em seu mundo

Somente ela - se é que pode se considerar viva

Sua presença é desprezada até mesmo pelos corvos e urubus

Hoje a única coisa que busca é o amor

Seu único propósito é se ausentar da solidão que foi causada por ela mesma

Pobre hiena

Visionária carcereira

Arquitetou seu próprio destino

Depois de tanto desamor

Desamou de si mesma

E agora reside sob a terra de seu próprio cemitério

Lyze
Enviado por Lyze em 26/11/2023
Código do texto: T7940809
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