A hiena carcereira
Se livrou de todos os ratos
Para que as cobras morressem de fome
O sangue das ovelhas escorre de suas garras
Enquanto os lobos apenas salivam com as costelas à mostra
Assassinou os lêmingues
E as corujas já não podem nem mesmo levantar suas asas
Até a floresta a hiena incendiou
Assim nem mesmo os herbívoros se safariam de seu propósito egocêntrico
Tudo isso para erguer sua própria necrópole
Transformou o cenário de sua vida em destruição
E hoje não existe mais ser vivo em seu mundo
Somente ela - se é que pode se considerar viva
Sua presença é desprezada até mesmo pelos corvos e urubus
Hoje a única coisa que busca é o amor
Seu único propósito é se ausentar da solidão que foi causada por ela mesma
Pobre hiena
Visionária carcereira
Arquitetou seu próprio destino
Depois de tanto desamor
Desamou de si mesma
E agora reside sob a terra de seu próprio cemitério