Transcrições XXIV
Eu sou inseguro e cheio de mim
Tão resiliente e autodestrutivo
Inquieto e estável
Sentado na proa
Colhendo a garoa
Plantando paixões
Sentindo a mudança
De cada estação
O céu está trêmulo
Cheio de sonhos perambulantes
Sou a sombra que some com a luz
É intencional ser assim
É incerto ser assim
É doloroso tentar não ser eu
Se a avenida falasse, diria: siga!
Mas insisto em ficar na via
Sem sinalização
Sem sinal
Sem hipóteses
Com todo e possível desespero
Percebo que sou um péssimo gerenciador da rodovia solitude
Sou um sonhador
Sou um político em ascensão
Sou as asas que arrancaram de Malévola
Sua a dor, o amor, o ódio e a alegria de Malévola
Sou tudo, sou nada
Sou real, sou ficção
Sou anjo, sou demônio
Sou o fim, sou salvação
Um menino andarilho
Um gerador de solidão