Estradas de Pedra.

Enquanto a chuva cai

A noite passa e vai pela janela

Pra perto da estrela distante

Na mesma velocidade

Pensamento, instante, vagam

Pedra lisa, estradas sem destino

Que se aprumam

Indiferentes, se acostumam

Vai durar uns meros séculos somente

Durante as tempestades

Quais relâmpagos colidem

Que se agridem pelos ares

Olhares idem pela escuridão que espero

Pra depois, durante as calmarias

Vir buscar-me em sonhos

Pois, durante a madrugada

Não serão jamais pisadas

Vão nascer de novo, sempre vão

No primeiro desvão, por onde invade o sol

Da primeira manhã de alguma infância

Há de ser nova

A primeira manhã de todas as manhãs

Traz consigo o gosto verdadeiro

Do primeiro sol que arde n'alma nascitura

Pensamento, instante, invade

Vai durar uns poucos séculos somente

Indiferente às estradas de pedra

Que foram feitas só pra ser pisadas.

Edson Ricardo Paiva.