O Anacrônico
Eu, que, tenho sido corrompido e indigente
Comigo mesmo - andado de soslaio
À procura do eu profundo,
Tenho-me por perdido, mas que absurdo.
Eu tenho vivido na, mais absoluta, miséria.
Onde, onde posso haver-me?
Afinal, tenho esperado, inutilmente,
Uma única noite insone.
Eu, não mais que eu, tenho sentido
O grito oco dos desesperados
E me resignado; sou - meu filho - próprio
De um pai bastardo; um fracassado.
Tenho-me fartado de ignorância,
Melancólico, vivido sem, o preciso, vernáculo
E, sinceramente, batido na sua porta...