O céu eterno e o coração como mortuário
Caminhando pela praia, olhei para o céu e percebi que as estrelas ainda brilham, as nossas vidas podem virar de pernas para o ar e elas ainda estarão lá para serem apreciadas.
E por quê? Do que me adianta esta beleza esplendia? Estes pequenos brilhos intensos que fazem a paixão espalhar-se pela noite? Se você não está mais aqui para acompanhar-me.
A noite assim parece tão fria, tão vazia, que consigo ouvir os soluços de meu coração chorando por você.
Dói, dói demais não ver-te, não sentir-lhe em meus braços, não deliciar-me no doce mel de teus beijos, não contemplar sua beleza, não encantar-me em seus sorrisos;
oh vida injusta que separa os amantes, que os deixa na mais sufocante dor, que os tira o sentido desta longa caminhada chamada vida, que os joga neste vento frio chamado solidão.
Viver sem ti é cortar-me o coração e arrancar-me a alma.
Ah anjo da morte, maldito sejas tu anjo da morte. Eu o amaldiçôo por toda a eternidade, pois me tiraste a essência de viver;
levaste-a para longe, onde minhas mãos não a alcançam, onde meus olhos não a enxergam e onde meus ouvidos não a ouvem.Porém meu amor a alcança, sempre a alcançará.Podem passar-se meses, anos, milênios!Eu sempre terei este amor transbordando em meu peito eternamente como o brilho destas estrelas.
Marcela
21 de maio de 2008