O Grande Anão

Em uma terra distante existia um anão,

O anão vivia sozinho na sua caverna,

Para não abrir de seu sossego fechava o coração,

Trabalhava duro, trabalhava pesado,

Trabalhava quando não havia trabalho,

Trabalhava dia e noite, noite e dia,

Trabalhava pois isso lhe satisfazia,

Um dia o anão olhou por entre as montanhas,

Viu finalmente que havia um mundo todo la fora,

Ele ignorou, mas sabia por entre suas entranhas,

Que ele queria visitar este curioso mundo agora,

Enquanto moía suas frustrações,

O anão não tinha mais ambições,

Olhou pra trás vendo o que construiu,

Uma casa nas montanhas como nunca se viu,

Trabalhava duro, trabalhava pesado,

Trabalhava quando não havia trabalho,

Trabalhava dia e noite, noite e dia,

Trabalhava pois isso lhe satisfazia,

A casa era grande, tinha muito espaço,

Por isso ele admirou-se com o seu tamanho esforço,

Ele estava muito cheio de seu cansaço,

Reclinou-se na cadeira descansando o seu dorso,

Muitas pessoas queriam conhecer o absurdo

Mas aquele anão que só queria descansar,

Não queria receber ninguém por nada no mundo,

Passaram-se noites, passaram-se dias,

Aquele anão observava curiosamente pela janela,

Aquietou-se a observar as distantes companhias,

Naquelas redondezas não havia casa tão bela,

Um dia o anão entediado resolveu descer,

Pelas montanhas se pôs a caminhar,

Juntou algumas coisas para conhecer,

E no longo do caminho se colocou a cantar

Caminhou e quando enfim terminou a caminhada,

Pessoas apenas vivendo a sua rotina,

Viu algo muito comum pra aquela longa jornada,

Pessoas trabalhando como ele tinha,

Ele parou e com um comerciante conversou;

"Você viu a minha grande casa?"

Disse ao comerciante com grande ardor,

"Qual é a sua casa? Fica aqui na vila?

E pra quê serve uma casa tão grande você é um anão?"

Naquele momento ele se manteve firme,

Mas havia partido o seu duro coração,

"Eu construí por entre as montanhas,

É grande e espaçosa pois eu gosto de muito espaço!"

Mas sabia que por entre suas entranhas,

Sua casa não era grande para as pessoas daquele pedaço,

"Ah aquela casinha bem ao longe!?

Pensei que era uma casa abandonada há muito tempo!"

Disse o comerciante vestido como monge,

Arrumando suas coisas para atendê-lo contento.

"Ela é grande, te garanto!

A minha casa é tão bela..."

"Não importa construir tanto!

Se mal dá pra vê-la pela janela..."

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