Mãos quebradas

Eu vejo um tempo que se fora longe

Vejo uma vida de quimera vã

Sonhos diversos que não sei por onde

Corri atrás no meu louco afã

Eu vejo um livro de historias várias

Que rabisquei por tempos perdidos

Rasgar as páginas já não mais posso

Desejo nosso de mudar os idos

Vejo meu sangue nas letras marcadas

Pelas madrugadas poetando em vão

Vejo dezenas de folhas rasgadas,

Mãos quebradas sem qualquer razão

Me traz a vida neste livro tolo

Irrisório consolo, riso tão fugaz

Que desaparece com pungente dolo

Na lembrança mórbida ao olhar pra trás

Com desesperança ao fitar ao lado

Da vida um bocado de alegria quero

Amor inocente, paixão tão fagueira

Nunca passageira...é o que tanto espero

Mas ao que parece, ao poeta infame

Não há quem o ame, isso é covardia

A vida lhe deflagra um fatal ditame

Sofra por amor, mas me dê poesia!

Moisés Lopes
Enviado por Moisés Lopes em 29/04/2016
Código do texto: T5620465
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