AS MINHAS DORES E DOS MEUS AMORES
Só eu sei das minhas dores
Porque gemo não só pelas que
perpassam o meu corpo e a minha alma.
Gemo e me aflijo pelas dores de muitos amores.
Quem poderá imaginar o tamanho da minha dor?
Quando choro por uma dor
Multipliquem-na por duas,
Por três,
Por quatro,
Por tantas e tantas vezes forem
As dores de meus amados, meus amores.
Quando um está em festa,
Regozijo-me na certeza de que aquela felicidade
Não é só dele, é minha também.
Quanto outro diz que dói lá no fundo da alma
A minha alma é afetada também.
E se o outro demora a dar notícias
Minha preocupação vai ao seu encontro
E logo a notícia chega,
Às vezes boa,
às vezes não tão boa.
E quando a dor é de quem está sempre aqui
Bem pertinho
Lado a lado caminhando comigo,
Aí é que dói
Dói mesmo
Dói muito
Quanto maior o amor,
Maior a dor,
Quando é mesmo que são tão somente minhas as dores?
Ou quando é mesmo que as dores são tão somente dos meus amores?
As dores são minhas e dos meus amores.
Homenagem a Gilma Belmon