Mãos

Ando a me esconder.
Olho o mundo pela fresta da janela,
parece-me grande demais.
O que quero se perde na vastidão.
Procuro num canto qualquer
 a calma das noites frias... encolho-me.
Penso em ti nesse leito
 também encolhida
à espera de mãos.
Mãos não têm lhe faltado.
Mãos que acariciam e emolduram o amanhã.
 
    Maria Bernadete Bernardo de Oliveira