por dentro

estou dentro de mim mesmo

o ar me falta, da mesma forma

as palavras se tornam imprestáveis,

porque não é de coisa que se trata,

onde nomes oficializa a existência,

onde nomes lhe dá uma certidão cartorária,

trata-se de uma realiadade desabitada

daquele que descreve, um lugar

sem pegadas, marcos, baliza, letras,

nada que num ato da inteligência

revela dois, não existe dualidade

nesse perímetro do ser, na seu

piso necessário, é somente o vergão

no assoalho da experiencia, terra

sem forma, ou dona, eu não sou

dono, apenas perpasso seu dolorido

cimento de sal e angustia, entranhada

como raiz de uma árvores nas profundezas

do escuro, e uma superfície de pastosa

penumbra sem janela, quem poderá

descer, ornar o caminho com pedra,

fazer uma ponte que protege os

passante das labaredas do fogo, é uma

solidão bruta, sem palavra, somente

a treva, que não escreve, nem se

deixa escrever,

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 17/08/2016
Código do texto: T5731722
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