vidas das águas

o alfabeto se reúne nesse mar

de lágrimas, juntar as letras no forno

da boca, nas trincheiras do corpo, fogo,

muito fogo, e sentir as geleiras se rompendo,

poucos vão se equilibrar sobre um mundo

que se quebra, balsamo deslizante no

ventre do desejo, se desfazendo nas brasas

do medo, gesto, olhos desabitados, talvez

ninguém morra ao ler esse poema, mas

cusparadas de palavras se darão quando

a garganta pulsar como pulsa a vida das águas

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 18/08/2016
Reeditado em 18/08/2016
Código do texto: T5731747
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