Desflorar
 
Em certa manhã elas desabrocham.
Adornam a copa.
Para os olhos viram gozo, sob sol ou chuva.
Desprendem do galho.
Não é mais a copa, é o chão que se embeleza.
Até tudo desvanecer.
Certa manhã de sol ou chuva, novos botões.
Novo começo. E fim.
Caminho de pétalas que se avista de longe,
de perto ou até de olhos fechados.
Sob os pés um farfalhar e,
nem sei qual é a estação.
Certamente posso ver novos botões,
as pétalas voltejar e o chão enfeitar,
em novas manhãs
de sol... ou chuva.
                              Maria Bernadete Bernardo de Oliveira