MÃOS  &  MAGNÓLIAS
 
Tirou as luvas delicadamente.
Olhou de repente para as mãos:
Estão tão enrugadas!
E ainda assim, enormes. Demais.
Mais pareciam as mãos de seu pai!
Já estiveram mais tempo suadas.
Como elas não se estregaram? Como?
Só ficaram errugadas e mais nada?
Óleo preto de tipografia?
Pó branco, toco de giz?
Pó marron da terra de cobrir covas?
Terra do jardim de magnólias? Demais!
Ninguém mais para isso admirar.
Estão inteiras no desenho, para recordar.
São telas compostas nos tempos atrás!
Como tudo nela, isso é demais!
Beijou-as carinhosamente e sorriu.
Não precisa olhar, nem lembrar mais...
 
Tânia de Oliveira
Enviado por Tânia de Oliveira em 29/08/2016
Reeditado em 29/08/2016
Código do texto: T5743375
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