Mire ao longe
Pássaro fechado em uma sala
A procura da saída
As paredes prendendo-o
As portas abertas parecendo distantes
Janelas altas com grades
Impedindo-o
Asas batendo nas laterais
Seu caminho momentaneamente enquadrado
Perece que o tempo está parado
Única fresta encontrada
A luz entra por aquela abertura
Um prisma formando-se no chão
Passando pelo vidro daquela janela dentre todas as outras do salão
Cores que não misturam-se
Cada uma tem seu significado, seu nome, seu caminho
Fundem-se em um único ponto, independentemente da variação
Homogênea origem e fim marcando a direção
Sigo-o quando vejo saindo pela fresta
Longo esforço até ali
Imperfeitas tentativas que possibilitaram o aqui
Percebo um machucado em sua asa
Mas ele não o percebe
Somente um voo para longe, alto, leve e constante
O olhar de águia segue o horizonte
Pequena marca para fazê-lo lembrar do superado
Marca que pode molda-lo
Que pode definir sua breve vida daqui em diante
Que pode conceder nova direção
Usada para permitir seus próximos voos
Nova percepção...