um terreno sem caminho

Caminho no breu, encontro-me no espelho,

O túnel termina, mas a escuridão é meu selo.

As escoras caíram, agora, eu e o mundo enfrentamos,

Nas costas, o peso do caos, em labirintos caminhamos.

Medida e resposta, sem perguntas certas,

Diálogos confusos, almas inquietas.

Manobras de crenças, diálogos serpentinos,

Meu verso se inverte, no universo, destinos.

Cuspiram no divino, na dor encontram prazer,

O vazio que não cheira, nem fede, faz o ser.

Engano-me ao tocar as palmas da ilusão,

Em coma induzido, refém da própria criação.

Somos produtos do que produzimos,

Palavras, karmas de vidas passadas, presságios esquecidos.

Na calma, a fuga se revela, imploramos pela paz,

Perdida na infância, em labirintos vorazes.

Dez mil à minha esquerda, mil ao meu lado,

Todos no mesmo barco, destinos entrelaçados.

Buscamos a verdade que outrora rejeitamos,

No espelho do breu, a nós mesmos questionamos.