Fim de tarde

Fim de tarde

Sentei-me a beira do cais,

Pensando, hoje terei coragem.

Tirei minhas sandálias e o relógio.

Tristeza infinita no âmago do meu ser...

Ao longe, aves marinhas, em algazarra,

retornam aos seus ninhos.

No céu nuvens escuras. Faz frio.

As ondas chegam com mais força,

molham meus pés.

A tarde está triste como eu...

As lembranças, algumas felizes,

teimam em estar presentes.

...está na hora!

Vejo-me mergulhando,

deixando o mar me envolver.

Não mais sonhar não mais viver,

adeus as tristezas, a solidão,

a incompreensão, a teimosia.

De repente as nuvens se afastam,

e o sol vermelho se mostra

juntinho do mar.

Ah, quanta beleza!

Choro, choro muito.

Entendo que ainda desejo, amanhã,

vislumbrar o sol em outro entardecer...