PSICOGRAFIA

PSICOGRAFIA

Sempre cantei pracinhas, passarinhos;

Sempre falei de flores e jardins;

Cantei estradas, ruas e caminhos;

fontes, rios, humildes riachinhos...

Sempre cantei a noite enluarada;

E versejei a voz das serenatas;

Cantei a manhã clara e sossegada;

E a solidão da praia abandonada...

Por isto me acusaram de mesquinho:

"Poetinha que traduz somente a si".

Respondo: eu jamais cantei sozinho;

Cantei com quem chorava e com quem ria;

Dei voz ao que era mudo de nascença;

Dei passos a quem não sabia andar;

Fiz luz jorrar nas trevas da descrença;

Cantei por quem não pode mais cantar!