Latência

O vento que serenamente sopra,

Nesta manhã em que o sol vacila

Recolhe, timidamente, a sobra,

Do que no afã de ser sonho, oscila.

Por entre os opostos: de um lado,

Luz e vida, de outro, só pesadelo.

E assim, no riso aberto e revelado,

Nasce o grito na incerteza de tê-lo.

Se em todo sonho vibra o que é vida,

Neste também punge a latência de ser,

Num esforço louco que não se intimida.

Já que pulsa esta vontade de se refazer,

No sol deste dia, então que tempo sobre

Para sonhar e que a vida nos seja nobre!

MAReis
Enviado por MAReis em 11/07/2017
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