Desvenda- me e digo quem sou!

Perdido entre as insolúveis e tempestuosas visões de um futuro, os meus pés mal podem sentir o toque frio dos anos mortos do passado. O eco paranóico de vozes caladas de tantas conversas que nunca tivemos, permanece apenas emolduradas.O tempo é um lobo solitário que caminha no vasto e árido tereno do meu coração, e não mais que eu caçador, sem armas ou temor, apenas persigo, invento balas para matar aquilo quem nunca teve seu devido fim.

O trem corta as geleiras e apita sua chegada, nunca saiu de mim, nunca permanece parada. Isolado do lado de dentro, jamais pude de verdade partir, não existe chaves apenas espaços para cobrir.

Pessoa sem passado, tempo sem futuro, relógios sem compasso, o dia sem o escuro, nada permanece imaculado, o verso sem proza, e mesmo o profundo sem espaço. Nada disso se aplica a aquilo que está guardado, apenas é medido pelos despojos conquistados. E nem mente ou coração, nada vive ou segura, o meu nome não da libertação.