UMA VOZ ABERTA
Minha laranja amarga e doce”
Seiva vermelha a jorrar
Daquela árvore que cresce
Raízes fortes no chão a soluçar
Foi “cavalo à solta”
Fúria força em movimento
Potro doido
Animal ferido
Em galopar poético
Á caça das palavras
Voz aberta
Lábios vadios
Ousadia denúncia
Segredos e podridão
“Restia de luz intensa”
Em céu enganador
Espelho do povo gente certa
Margens apertadas mar profundo
Lutador temerário
Numa fragata sem fundo
No convés revoltado
Com pena pesada e leve
Sem amarras nem grilheta
As palavras lado a lado
A namorar com o Poeta.
Carlos Cardoso Luís