PAU DA BANDEIRA

Eu queria ter feito essa canção,

mas ela veio de uma mulher

que, no seio dessa multidão

da escola e da grande nação,

fez o mundo conhecer o Zé.

No auto-falante falava da gente -

a favela pedindo socorro;

e o caroço batia de frente,

seu discurso soava potente,

hasteando a bandeira do morro.

Mas a madame sentada na sala

temia um bocado perder a novela

e rachava os ouvidos alheios,

ela usava de todos os meios,

ela achava que o morro era dela.

Ai, como eu queria que em todo canto

habitassem mais homens sem medo;

que quisessem quebrar esse encanto,

que banissem do morro esse pranto

e tentassem mudar esse enredo.

A coragem do Zé foi coragem de poucos

conscientes da grande verdade;

a clamava até ficar rouco

(a madame o chamando de louco)

e acenava pra eternidade.

Está nascendo um novo líder...

Cassio Calazans
Enviado por Cassio Calazans em 27/10/2017
Código do texto: T6155040
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