- Esse no espelho sou eu?

- Esse no espelho sou eu?

Eu era outro. Eu era outros. Eu era tantos...

Agora eu sou essa imagem com o peso do tempo.

Agora eu sou esse tempo a golpear a minha imagem!

- Esse no espelho sou eu?

E os outros de mim, aonde foram? - Eles partiram?

Ou se ocultaram noutras plagas onde o tempo parou?

Agora esse espelho, agora essa imagem a me perplexar!

- Esse no espelho sou eu?

Se me esquivo do reflexo eu voltarei a ser outros?

Se me adio a abrir os meus olhos eu volto a ser eu?

Se eu dispersar o agora eu voltarei no tempo de antes?

- Esse no espelho sou eu...

Eu que cansei cedo o viço desses meus olhos.

Eu que deixei secar em mim os rios de sonhos...

Eu que vou me deixar morrer semente para nascer flor!

Esse no espelho sou eu. Eu e todos os outros de mim...