ENQUANTO HOUVER HORIZONTE
Enquanto houver horizonte
Sem fim, voa na imensidade,
Voa para bem longe,
Para além da realidade mensurável;
Voa, pois, livre e infinitamente!
E mantém no esquife do esquecimento
A tola desventura que já morreu.
Voa, enfim, para a imensurável realidade,
Para onde profundo descansam
As fantasias de um mundo admirável,
Um mundo feito de rosas que falam,
De estrelas que cantam,
De poesias que arrebatam
A alma assim: tão de repente!
E retém na valise do pensamento
Somente a ventura que ainda não nasceu.