Depois de tudo
O que você fará,
quando minhas memórias se forem
e restar apenas um arremedo de quem fui?
O que você fará,
quando minhas pernas, frágeis pernas,
não puderem suportar o peso dos anos?
O que você fará,
quando a dor vier
e os meus mudos gemidos
vierem te ensurdecer?
O que você fará
quando meus olhos estiverem distantes
e esse pranto sem lágrimas me acompanhar?
O que você fará,
quando o silêncio for tudo,
quando eu for mudo,
sedento por falar?
O que você fará,
quando minha pele for enrrugada
e meu sorriso for um nada a te visitar?
O que você fará,
quando eu não puder ir e sem poder sorrir
estiver obrigado a ficar?
O que você fará,
a partir de agora
ao saber que não tem hora
para começar a amar?