SEMPRE HAVEREI PRIMAVERAS
Para o amigo Jair Freitas
Hei de colher frutos desta expiação,
um tempo espaçoso para alentos,
destes assobios que remexe os ossos;
calafrios de liquidificador,
feitos em alto e bom som.
Minha alma virgem não se entrega,
viver em dolorida lida,
da realidade pão e terra
nesta América Sofrida.
Ainda almejo a dança,
a cabeça na ponta dos ventos,
e os pés nas alegres cirandas;
meus tempos se primaveram assim,
sonhando, sorrindo, resistindo na dor e na esperança.