ESTRELAS BENFAZEJAS
O tempo passou
E eu não percebi;
Dele o que me restou
Foi um punhado de alegrias
Que iluminaram a minha história
Nos passos cadenciados dos dias,
Tudo o que de melhor vivi,
Momentos que guardo na lembrança.
Quanto aos instantes de sofrimento,
Deixei todos no esquife do passado,
Devidamente velados e sepultados
Para sempre no jazigo da memória.
Hoje vivo longos dias de alumbramento
Sob um céu coberto de nuvens carregadas de esperança.
Não me fujam nunca do meu luzente firmamento
A fé no presente e a crença no futuro,
Estrelas benfazejas, que juntas, são todo o meu sustento;
Se acaso eu perdê-las, com certeza terei perdido tudo.
Por todas as portas que me foram abertas,
Agradeço à vida pela oportunidade da nova descoberta
E pela possibilidade gratificante do sorriso largo
Que no semblante da alma até hoje trago.
Mesmo amargando a dor dos espinhos,
Decerto ela me fez também muitos carinhos.
Nestes versos que agora proponho,
Depositei um pouco do que ainda
Insiste em habitar dentro de mim:
Alguma rima, alguma ilusão, algum sonho,
Algum poema que à saúde da vida brinda
E que há de brindá-la amiúde até o fim.