O último ato

O último ato

Em minha doce, amarga INFÂNCIA.

Travesti-me de ATOR.

Sobrevivi! Lutei…

Bravamente lutamos contra a cede, fome, e o Frio!

Mesmo com a barriga em dor, e corpo Febril

Rodei ciranda, pião, pulei cordas e Amarelinha.

Joguei gude, futebol, bugalhas?

Também joguei!

Andei por muito… sobre o fio da Navalha!

Em minha JUVENTUDE…

Travesti-me de ATOR.

Com óbito do pai não tive a tal. Adolescência!

Novamente… a fome rondava.

E o medo do dia seguinte. Apavorava!

Com fé e esperança, firme, duro já Trabalhava!

Haviam irmãos menores, na tenda que eu. Habitava.

Não podia esmorecer… pois, a cada dia, nova Batalha!

Andei, porém, sobre o fio da Navalha!

Hoje em minha MATURIDADE…

Travesto-me ainda, de ATOR!

Numa nação sem noção. Desigual.

Sei que ainda falta pão, em muitas Mesas.

Uns muito tem, outros Pouco.

Há ainda aqueles que nada Tem.

Desumano, descabido Desgoverno.

Cruel, Capitalista. Letal!

Escuso-me da tirania, da Selvageria…

Por entre muros, e Muralhas.

Onde no palco desse grande Teatro;

Não tenho ídolos. Nada mais Idolatro.

Vivendo, convivendo Ainda;

sobre o fio da Navalha.

Adilson Tinoco

O Poeta das flores!

AdilsonTinoco
Enviado por AdilsonTinoco em 27/12/2019
Código do texto: T6827922
Classificação de conteúdo: seguro