O mar.

O sangue condimentado

Fervendo contra minha pele

De horas aladas e flores de ontem.

No momento condenado ao degredo

Fiz raiz profunda e quadrada.

Fiz minhas cordas, trancei o cabelo

De diferentes pedaços quebrados.

Levei tudo pro mar...

E quando a água ficou negra tudo havia sumido,

Voltei à terra e já era outro.

Já tinha couro espesso

E veneno na língua,

já suportava o sal.

Aprendi na água; de raiz quadrada fazer raiz aérea.

E se não fosse assim?

Se não fosse assim, não flutuaria.

Fabiano Stopassolli
Enviado por Fabiano Stopassolli em 23/01/2020
Reeditado em 07/02/2021
Código do texto: T6848293
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