Viva plenamente
Eu sou como um pássaro triste,
no ninho sem proteção materna,
entregue ao futuro de um filho órfão,
na desilusão que é a dor que me governa.
Eu queria ser uma lágrima infantil,
sabor doce de felicidade,
e como uma criança ingênua que sorri,
oferecer flores à maldade.
Eu quero enveredar por meus caminhos,
com o otimismo de quem conhece a dor,
lutar pelo futuro e pela vida,
com o entusiasmo do primeiro amor.
Nós somos um arco-íris em dia de chuva
ressignificando o instante que é a vida,
um arranjo musical numa canção bonita,
uma foto de criança em uma festa colorida.
A vida não é um curso d’água perene,
como este manancial que banha meu dia,
é roupa que se veste e quem estraga é o tempo,
tecido que inspira galhardia.